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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Artesãs em Jacareí

Quer conhecer a história do artesanato em Jacareí? Aprecie a entrevista das artesãs Ana Lúcia e Dirce Aparecida.


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Planta - Mapa de 1821 - Antigo Leito do Rio Paraíba do Sul em Jacareí

Do francês Arnauld Julien Pallière, Planta -Mapa de 1821,  revela o antigo leito do Rio Paraíba do Sul em Jacareí e o local do primeiro Pelourinho; pesquisa arquivística e historiográfica de Cesira Papera.

"Na vida tudo é documento, o resto é História!"


 
fonte: Arnauld Julien Pallière, PLANTA/MAPA de seu diário; da Coleção Yan de Almeida Prado, do IEB-Instituto de Estudos Brasileiros, pesquisa, achamento e solicitação ao IEB, realizadas por Cesira Papèra.

Arnauld Julien Pallière ( 1784 Bordeaux - França - FR -  27/11/1862 Bordeaux - França - FR )
A polêmica existente em Jacareí, sobre o antigo leito do Rio Paraíba do Sul, persistiu sempre com a frase popular: "Diz que..."
Desde a infância, nós Jacareienses ouvimos e sentimos essa frase, sempre como uma incógnita, pois as pessoas mais antigas narram que o leito atual do Rio Paraíba do Sul, não é o mesmo leito original, e que o evento da mudança do citado leito, se deu em função de uma briga e rincha entre o Alferes João da Costa Gomes Leitão (1805 Braga - Portugal - PT - 1879 Jacareí -Brasil - BR ), chamado de Coronel, dado o seu poder econômico, social e político exercido na região e no Brasil e o 1° Barão de Jacarehy, Bento Lúcio Machado (1790 ? - 1857 Jacareí - Brasil -BR ).
Outra informação que ainda não se tinha revelada pela historiografia local é o local do primeiro Pelourinho de Jacareí.
Através de estudos realizados em documentos de séculos passados e entrevista com a Sra. Maria José de Araújo Cappelli, constatamos que o leito do Rio Paraíba do Sul foi alterado em função da erosão que suas águas e as constantes enchentes, causavam no morro existente até hoje atrás da Matriz, a Igreja Nossa Senhora da Conceição, elevação hoje chamada, Ladeira Benedito do Prado.
Pelo desenho da Planta /Mapa de Arnauld Julien Pallière, se observa que todo o centro da antiga Villa de Jacarehy (escrito Jacarahy no desenho), órgãos públicos da época e PELOURINHO, se encontravam exatamente naquele espaço atrás e em torno da Igreja da Matriz, e portanto, por medida de segurança foi realizada a alteração do leito do rio.
Existia risco de desabamentos e o edifício da Igreja da Matriz estava comprometido, sendo assim, o Coronel João da Costa Gomes Leitão, conforme descrevem documentos da época, fervoroso cristão e fiel de Nossa Senhora, conseguiu realizar obras para alteração de tal leito, conforme informações constantes em documentos presentes no Arquivo Público da Assembleia Legislativa de São Paulo.
"... 1821 - Planta/Mapa de Pallière, mostra o antigo leito do Rio Paraíba do Sul, a Praça do Cruzeiro, do Pelourinho, os 2 Portos às margens do mesmo rio, o caminho, estradas que levavam à São José, pela atual rua Luís Simon, e o caminho para Villa de Mogy das Cruzes. O pelourinho se localizava onde hoje se encontra o Solar "Gomes Leitão", tendo sido transferido para a praça no final da estrada para Villa de São José, a Praça do Rossio, para dar lugar ao Solar do Alferes João da Costa Gomes Leitão; conforme documentos que informam a transferência de tal praça. Cesira Papèra historiciza a historiografia Jacareiense, com FONTES PRIMÁRIAS, documentos antigos, de Arquivos Públicos, Privados e Cartórios."

Mas a comprovação de todos esses fatos não nos vem através de opiniões pessoais ou de outros livros que repetem as mesmas estórias locais, no caso de Jacareí é a estória da briga do Coronel e do Barão e a lenda da Cobra-grande.
É necessária a ampla e apurada pesquisa nos Arquivos Públicos ou Privados, para que se obtenha resposta às questões históricas, e por isso o Brasil e seus municípios precisam desenvolver o trabalho de organização de seus Arquivos, pois através dos documentos antigos, conseguimos ter acesso às informações da época, necessitando sempre tratar, organizar e preservar os documentos para que eles possam nos trazer notícias para que possamos desenvolver a historiografia das localidades, das cidades no Brasil.
Foi através de anos de pesquisas  e investigações em vários ambientes culturais, Arquivos e ambientes de acesso à informação; que consegui localizar  esse documento que apresenta dados sobre as polêmicas históricas de Jacareí.
Foi através do "Diário de Pallière" do desenhista francês ARNAULD JULIEN PALLIÈRE que localizei essas informações, tendo então, eu me dirigido ao Arquivo portador de seus direitos e pedido o acesso à obra do Acervo YAN DE ALMEIDA PRADO, e conseguido autorização para utilizá-la e divulgá-la em minhas pesquisas, sempre com a devida apresentação da legenda de direitos do IEB - Instituto de Estudos Brasileiros:
COD.32,001- PLANTA/MAPA - Coleção Yan de Almeida Prado
Arnauld Julien Pallière ( 1784 Bordeaux - França - FR -  27/11/1862 Bordeaux - França - FR )


fonte: Arnauld Julien Pallière, PLANTA/MAPA do Diário do desenhista francês; da Coleção Yan de Almeida prado, do IEB-Instituto de Estudos Brasileiros, pesquisa, achamento e solicitação ao IEB, realizadas por Cesira Papèra.
Sou jacareiense, profissional da área de História, com estudos e trabalhos realizados cotidianamente, em Arquivos, para tantos pesquisadores, sobre   temas diferentes; mas a dúvida sobre a mudança do leito do Rio Paraíba do Sul, permanecia sempre em minha cabeça, por anos pensando sobre o evento, além das lendas e estórias de escritores locais, eu pensava sempre sobre como era o leito antes da falada mudança; essas dúvidas perduravam em minha mente, toda vez que me encontrava em frente aos Arquivos e sabia que em algum documento poderia estar uma informação à respeito da minha Jacareí.
É essa a vida de pesquisador, vive sempre pensando, pensando e investigando, e as polêmicas historiográficas sobre Jacareí sempre me acompanharam, mesmo tendo vivido por 15 anos na Itália, o pensamento nunca me deu trégua; eu haveria de achar um dia, alguma informação em documento antigo, sobre a mudança do leito do Rio Paraíba do Sul;  até o dia em que encontrei o desenho de Pallière, mas não pude obtê-lo, e este passou a fazer parte dos meus dias; até eu chegar até ele novamente, teve um longo caminho; passaram-se 17 anos; descreverei então qual foi o primeiro contato com o documento e qual  foi o percurso da pesquisa na busca da informação e documento almejado:


Através do desenvolvimento de trabalhos de pesquisa de História e Genealogia em Arquivos Públicos do Brasil, Portugal e Itália, sempre tive a necessidade de rastrear vários tipos de documentos europeus que mostrassem a descrição e relatos de escritores, desenhistas, naturalistas, pesquisadores e desbravadores que colonizaram e viajaram pelo Brasil desde o início de sua colonização até os final do século XIX; sendo assim, dediquei muitas vezes parte de meu tempo e intelecto, buscando informações documentais sobre a região do Vale do Paraíba e minha cidade de Jacarehy, em vários ambientes histórico-culturais na Europa, onde vivi à partir de 1992.

 Foi então, em Paris, na França, em 1995, visitando uma Mostra de Gravuras do Continente Americano, feitas por desenhistas franceses dos séculos XVIII e XIX, que encontrei uma parte de um "Diário de Viagem" de um francês que veio ao Brasil e em viagens pela Capitania de Minas Gerais e Rio de Janeiro, desenhou as antigas "Villas" do Vale do Paraíba; o nome do autor era  Arnauld Julien Pallière ( 1784 Bordeaux - França - FR -  27/11/1862 Bordeaux - França - FR.
A obra era  PALLIÈRE, A. J. Mon voyage dans les mines générales (...) le 16 de Juillet de 1821.



Arnauld Julien Pallière ( 1784 Bordeaux - França - FR -  27/11/1862 Bordeaux - França - FR )
A obra estava sendo esfolhada por uma outra pessoa, mas imediatamente me chamou atenção porque mostrava os desenhos em planta-mapa das cidades do Vale do Paraíba, então chamadas "Villas". Pedi então licença à pessoa e ao ter em mãos a obra, constatei que nela existiam os desenhos dos centros antigos, primeiros, das "Villas"do nosso Vale do Paraíba do Sul: "Villa de Jacarehy (escrito Jacarahy, no desenho), Villa de São Jozé, Villa de Guaratinguetá, Taubathé e Lorena", e nos desenhos, o traçado do leito do "Rio Paraíba do Sul, escrito "Rio Parahiba", sempre muito próximo aos centros, com os seu leito exatamente como se configurava em 1821.
Devolvi a obra ao pesquisador e aguardei a sua decisão, ele decidiu comprá-la, então anotei os dados da obra e do autor e dei início à pesquisa sobre eles para poder realizar consultas, pensando que pudesse encontrar referências sobre a obra facilmente na França.
Assim iniciou-se uma pesquisa obstinada; desde 1995, do momento em que vi o desenho da "Villa de Jacarahy" feito por Pallière, passei à procurá-lo em todos os Arquivos Públicos, Bibliotecas, Livrarias, Sebos de livros e ambientes de pesquisa na Europa, e não tinha sucesso, porque não existiam outros exemplares à venda.
 Naquele período não existiam ainda muitos dados e informações na Internet e durante os anos de pesquisa, em enciclopédias, Arquivos e Bibliotecas e outras referências, descobri um pouco sobre Pallière e muito depois, localizei a obra original.

Arnauld Julien Pallière ( 1784 Bordeaux - França - FR -  27/11/1862 Bordeaux - França - FR )

Arnauld Jullien Pallière ou Armand Jullien Pallière, foi um professor, desenhista, pintor, litógrafo, decorador de ambientes, urbanista, observador dos centros habitados e da geografia e por isso tinha realizado os desenhos das antigas "Villas do Vale do Paraíba"; veio ao Brasil no mesmo navio da Arquiduquesa da Áustria  Maria Leopoldina, em 1817, que veio ao Brasil para se casar com D. Pedro de Alcântara, o D. Pedro I, tendo se tornado posteriormente Imperatriz Maria Leopoldina. Pallière permaneceu no Brasil por alguns anos e  desenvolveu, então vários trabalhos para a monarquia portuguesa. 

Durante vários anos, me foi possível descobrir informações sobre Pallière, mas somente em 2012, consegui chegar até a obra original de Pallière e tê-la em mãos:
O "Diário de Viagem" de Pallière, se intitula originalmente:
"Mon voyage dans Les Mines Gènerales, de la Capª. de Rio de Janeiro en 1821"
Pallière, A. J. 
Le 16 de Juillet de 1821
Arnauld Julien Pallière ( 1784 Bordeaux - França - FR -  27/11/1862 Bordeaux - França - FR )

Localizei o desenho de Pallière, em que aparece o antigo leito do Rio Paraíba do Sul em Jacareí e em outras "Villas" do Vale do Paraíba, no IEB - Instituto de Estudos Brasileiros da USP - Universidade de São Paulo, no Acervo de Yan Almeida Prado e suas referências arquivísticas são:

Acervo:
Yan de Almeida Prado
Código de Ref.:
YAP-032-002
Espécie/Formato/Tipo:
PLANTA
Título:
Planta de localidades do Vale do Paraíba
Descrição:
Representação gráfica desenhada à mão das vilas de Pindamunhangaba (Pindamonhangaba), Taubathé (Taubaté) - frente -, São Jozé (São José dos Campos), Jacarahy (Jacareí), Guaratinguetá e Lorena. Estão representadas as quadras, os caminhos de uma vila à outra e o Rio Parahiba além de igrejas identificadas por legenda manscrita. Apresenta ainda, identificada como "Fig. 9a", a igreja "N. S. Aparecida. Apresenta ainda observações manuscritas, algumas em forma de correção.
Localidade:
Guaratinguetá
Jacareí
Lorena, SP, BRA
PINDAMONHANGABA, SP, BRA
São José dos Campos, SP, BRA
Taubaté, SP, BRA


Atualmente, parte da obra pode ser encontrada na rede:

Fonte: Catálogo Eletrônico IEB/USP
Arnauld Julien Pallière ( 1784 Bordeaux - França - FR -  27/11/1862 Bordeaux - França - FR )


 PALLIÈRE, A. J. Mon voyage dans les mines générales (...) le 16 de Juillet de 1821. Acervo IEB-USP, Manuscrito n. 32 (coleção Yan de Almeida Prado)

Atualmente podem ser encontradas também na rede Internet, informações sobre A.J.Pallière, mas durante os anos de pesquisa,  Pallière não era tão difundido e divulgado, portanto a PLANTA-MAPA de Pallière, que utilizo em minhas pesquisas e divulgações sobre a Historiografia de Jacareí, possuem a  legenda e esta deve ser citada quando um outro pesquisador ou estudante realiza suas pesquisas na Internet, porque a PLANTA MAPA de Pallière de modo recortado e destinado à pesquisa historiográfica local de Jacareí, foi solicitado por mim, CESIRA PAPERA ao IEB - Instituto de Estudos Brasileiros, e eu devo seguir as regras de apresentação do documento e sua legenda para o público consulente.
Solicito, então aos pesquisadores que farão uso desse documento e dessa informação contida nesse documento, que apresentem a fonte e repassem o crédito da fonte, porque assim se faz em pesquisa científica e de acordo com a legislação vigente: damos os créditos às fontes consultadas e aos profissionais que realizaram as pesquisas anteriormente à nós.
Meu trabalho como pesquisadora de História local e Arquivologia em Jacareí -SP, deve ser acima de tudo de instruir e orientar os outros pesquisadores, porque sou a única profissional de História de Jacareí - SP, sócio-membro da ARQSP - Associação dos Arquivistas de São Paulo e da ASBRAP - Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia.
Os municípios brasileiros devem avançar na organização de seus Arquivos Públicos e Privados e para isso devemos colaborar, nós que somos pesquisadores e consulentes, na observação do cumprimento das normas e legislação relativa aos Arquivos e às informações.
No Brasil, existe a Lei de Arquivos No 8.159, DE 8 DE JANEIRO DE 1991.  

Fonte: Planalto


LAI - Lei de Acesso à Informação 12.527/11 , que podem nos auxiliar na salvação dos documentos e Arquivos brasileiros.
Divergências sobre o primeiro nome de Pallière:
Existem divergências sobre o seu primeiro nome de Pallière, em algumas biografias aparecem, Arnauld ou Armand conforme constam nas anotações arquivísticas atualmente na rede Internet:

Segundo a catalogação de Rosemarie E. Horch (1966) No “Registro de Estrangeiros 1808-1822” (Rio, 1960), a p. 233, consta o nome de Pallière da seguinte forma: “Pallière, Armand Julien Francês – Parte p.ª Minas Gerais 6-7-1821 Col. 423- livro 1 – fls. 275v,” Na obra de Leon Palliere “Diário de viaje por la America del Sud” (Buenos Aires, 1945) p. 16-18 vem uma introdução sobre a vida e a obra do artista e nesta se escreve: “Otro artista francés que se radico en Rio de Janeiro fue Arnaud Julien Palliere, pintor de camara de Don Juan VI. Nacio em Burdeos em 1784 y murio en Rio de Janeiro el 27 de noviembre de 1862. Era hijo del pintor y grabador Jean Pallière. Estudió em el taller de Francisco Andrés Vincent, dedicandose, como maestro, al gênero histórico y mitológico. Entre sus cuadros se destaca ‘Amour e mort de Epaminondas’. Expuso en el Salón de Paris em 1808, 1810 y 1812. Fué a Portugal recomendado a la duquesa de Cadaval, que se hallaba en Lisboa, circunstancia que quiza motivo su viaje al Brasil, para donde se embarco en el navio de guerra Don João, que llevó a la princesa austríaca Leopoldina Josefa Carolina, futura emperatriz, llegada a Rio de Janeiro el 12 de noviembre de 1817. Sobre la actuación de Pallière em Portugal se há ocupado el director del Archivo Histórico de Lisboa, coronel Enrique de Campos Ferreira Lima, quien en 1931 publicó en la revista Portucale um artículo titulado “Um pintor franzes em Portugal: Armand Julien Pallière.” (...) Arnaud Julien Palliére contrajo matrimonio en Rio de Janeiro con Agustina Elisa Julia Grandjean de Montigny, siendo Leon su hijo primogênito, nacido en ciudad, en la calle de los Barbonios n.º 72, el 1º de enero de 1823...” Na “Revista do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional”, Nº 3 (Rio, 1939) a p. 123-148 vem um artigo intitulado “Dois artistas franceses no Rio de Janeiro. Armand Julien Pallière e Luiz Aleixo Boulanger. (Subsídios para a história da litografia no Brasil)” da autoria de Francisco Marques dos Santos. Neste artigo vem uma relação das diversas obras de Pallière, afirmando contudo que faleceu em Bordéus a 27 de Novembro de 1862, informação esta confirmada pelo Dictionnaire des peintres, sculteurs, dessinateurs et graveurs” de E. Benezit (v. 6 p. 492). Nesta relação vem também gravuras e pelas quais se vê que Pallière aproveitou seus conhecimentos da arte de gravura e da litografia, litografando-as. É assim o primeiro litógrafo do Rio de Janeiro. Foi, ainda, segundo Marques dos Santos, durante sua estadia no Brasil, professor da Academia Militar, Capitão graduado do Imperial Corpo de Engenheiros, pintor da Imperial Câmara.


Fonte: Acervo Yan de Almeida Prado
Arnauld Julien Pallière ( 1784 Bordeaux - França - FR -  27/11/1862 Bordeaux - França - FR )

Abaixo seguem  REFERÊNCIAS ARQUIVÍSTICAS sobre o Acervo Yan de Almeida Prado.
As REFERÊNCIAS  sobre os documentos que utilizo com autorização do IEB, possuem legenda do documento e da pesquisa de Cesira Papera.

Obrigada pela leitura e boa pesquisa à todos os leitores!

Acervo:
Yan de Almeida Prado
Código de Ref.:
YAP-032
Unidade de Armazenamento:
Caixa 01 - Códices 14, 17, 18, 29, 32, 43 (Sala 1)
Posição no Quadro de Arranjo:
Coleção de Códices
Gênero Documental:
Textual
Espécie/Tipo/Formato:
CÓDICE
Título:
Mon Voyage dans le mines générales, de la Cape. de Rio de Janeiro en 1821. Le 16 Juillet de 1821.
Descrição:
Encadernado inteiramente em couro, sem dizeres na capa.
Ao alto da segunda folha encontra-se a inscrição "A Pallière".
A obra divide-se em duas partes, sendo que a primeira descreve partes da cidade do Rio de Janeiro e sua viagem até São Paulo. Descreve diversas vilas do vale do Paraíba, como Lorena, Guaratinguetá, etc. A segunda parte traz ao alto da página “Mon depart de St. Paul pour Santos”, saindo a 28 de agosto. A 20 de setembro de 1821 parte novamente de São Paulo para Minas Gerais.

A caligrafia é legível, mas não é contínua, apresentando trechos com letras e coloração (tintas) diferentes, e outros escritos à lápis. Na capa anterior há um estojo, que contém o mapa topográfico das então vilas de Pindamonhangaba, Taubaté, Guaratinguetá, Lorena e Jacareí. Traz também na mesma folha desdobrada o desenho da igreja de N. S. da Aparecida. Colado neste estojo encontra-se ainda um impresso “Planta do Rio de Janeiro”.
Suporte:
Papel
Técnica de Registro:
Impresso Gráfico
Manuscrito
Localidade:
Guaratinguetá
Jacareí
Lorena, SP, BRA
PINDAMONHANGABA, SP, BRA
Rio de Janeiro, RJ, BRA
Taubaté, SP, BRA
Data:
16/7/1821
Idioma:
Francês
Português
Núm. de Folhas:
76
Autor:
Arnaud Julien Pallière
Altura:
17 cm
Largura:
11 cm
Observações:
Descrição antiga: Viagem de Armand Julien Pallière passando pelo Rio de Janeiro, pelas vilas do Vale do Paraíba como Lorena, Guaratinguetá, Jacareí, por São Paulo até chagar em Minas Gerais. 1 doc. ms. 2 Mapas e 1 Planta Cromos: 69 / 70 / 71. Digitalizado VER CDR´57 e CDR´97a.
Notas de pesquisa:
Segundo a catalogação de Rosemarie E. Horch (1966) No “Registro de Estrangeiros 1808-1822” (Rio, 1960), a p. 233, consta o nome de Pallière da seguinte forma: “Pallière, Armand Julien Francês – Parte p.ª Minas Gerais 6-7-1821 Col. 423- livro 1 – fls. 275v,” Na obra de Leon Palliere “Diário de viaje por la America del Sud” (Buenos Aires, 1945) p. 16-18 vem uma introdução sobre a vida e a obra do artista e nesta se escreve: “Otro artista francés que se radico en Rio de Janeiro fue Arnaud Julien Palliere, pintor de camara de Don Juan VI. Nacio em Burdeos em 1784 y murio en Rio de Janeiro el 27 de noviembre de 1862. Era hijo del pintor y grabador Jean Pallière. Estudió em el taller de Francisco Andrés Vincent, dedicandose, como maestro, al gênero histórico y mitológico. Entre sus cuadros se destaca ‘Amour e mort de Epaminondas’. Expuso en el Salón de Paris em 1808, 1810 y 1812. Fué a Portugal recomendado a la duquesa de Cadaval, que se hallaba en Lisboa, circunstancia que quiza motivo su viaje al Brasil, para donde se embarco en el navio de guerra Don João, que llevó a la princesa austríaca Leopoldina Josefa Carolina, futura emperatriz, llegada a Rio de Janeiro el 12 de noviembre de 1817. Sobre la actuación de Pallière em Portugal se há ocupado el director del Archivo Histórico de Lisboa, coronel Enrique de Campos Ferreira Lima, quien en 1931 publicó en la revista Portucale um artículo titulado “Um pintor franzes em Portugal: Armand Julien Pallière.” (...) Arnaud Julien Palliére contrajo matrimonio en Rio de Janeiro con Agustina Elisa Julia Grandjean de Montigny, siendo Leon su hijo primogênito, nacido en ciudad, en la calle de los Barbonios n.º 72, el 1º de enero de 1823...” Na “Revista do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional”, Nº 3 (Rio, 1939) a p. 123-148 vem um artigo intitulado “Dois artistas franceses no Rio de Janeiro. Armand Julien Pallière e Luiz Aleixo Boulanger. (Subsídios para a história da litografia no Brasil)” da autoria de Francisco Marques dos Santos. Neste artigo vem uma relação das diversas obras de Pallière, afirmando contudo que faleceu em Bordéus a 27 de Novembro de 1862, informação esta confirmada pelo Dictionnaire des peintres, sculteurs, dessinateurs et graveurs” de E. Benezit (v. 6 p. 492). Nesta relação vem também gravuras e pelas quais se vê que Pallière aproveitou seus conhecimentos da arte de gravura e da litografia, litografando-as. É assim o primeiro litógrafo do Rio de Janeiro. Foi, ainda, segundo Marques dos Santos, durante sua estadia no Brasil, professor da Academia Militar, Capitão graduado do Imperial Corpo de Engenheiros, pintor da Imperial Câmara.
Referências Onomásticas:
Agustina Elisa Julia Grandjean de Montigny
Arnaud Julien Pallière
Francisco Marques dos Santos
Henrique de Campos Ferreira Lima
Luiz Aleixo Boulanger
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